O grande cavaleiro templário do liberalismo, Salim Matar, escreveu em sua carta de demissão:
No governo procura-se defender o Estado, enquanto o correto seria defender o cidadão. Um ente privado como eu desperta muita curiosidade, mas pouca receptividade. Se no mundo dos negócios a orientação é mudar para melhorar, no governo é permanecer as coisas como são para manter do jeito que estão.
Isto me lembrou de um episódio de minha infância.
Meu pai trabalhava na Telebrás e tinha um grande amigo que eu chama de tio. Um dia, quando eu tinha uns 7 ou 8 anos de idade, eu perguntei para meu pai:
-- Pai, o que o tio faz na Telebrás?
-- Ele trabalha na área de Marketing - meu pai respondeu.
-- Marketing, tipo propaganda? Porque a Telebrás precisa fazer propaganda se é a única empresa que vende telefone?
Meu pai riu e me disse:
-- Pergunte para seu tio.
Lembro-me claramente do episódio. Estávamos em um clube, o Telestar, em um domingo. Procurei meu tio que estava por ali, tomando cerveja e conversando com o resto do grupo e perguntei:
-- Tio, porque a Telebrás precisa de propaganda?
-- Ah! O marketing é muito importante. As pessoas precisam saber a importância das telecomunicações. -- ele respondeu (não lembro as palavras exatas, mas foi algo assim)
-- Mas tio, não seria melhor usar o dinheiro da propaganda para instalar telefones para as pessoas?
Ele riu meio sem graça, passou a mão na minha cabeça, e disse algo como: "ah... estas crianças..."
Quando uma criança diz que o rei está nu, os adultos não sabem o que fazer.
As estatais trabalham para si próprias, e não para seus clientes.
Hoje eu precisei dos Correios aqui na empresa. Soube que está em greve. Enviei o pacote pela Azul Cargo.
Comments